28 de abril de 2011

Eu me lancei.



Não! Não me pasteurize.
Deixe-me aqui contaminada por esta angústia (ela tem seu valor).
Não me arranque da minha verdade, não amordaçe meu espírito.
Estou em pleno delirium tremens da abstinência.
Carência grave e coração oprimido de inquietude.
Semi-anestesiada pelo uso continuo da escrita, eu respiro.
Se por um lado me assusto, por outro me encontro.
Essa ameaça que não vem de lugar algum, me liberta.
O imperativo categórico foi formulado pela situação-limite.
Lancei minha existência na estranheza para encontrar minha paz.

Filosofia de boneca


A vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca. A gente nasce, isto é, começa a piscar. Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu. Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso. É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais. A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso. Um rosário de piscadas. Cada pisco é um dia. Pisca e mama. Pisca e anda. Pisca e brinca. Pisca e estuda. Pisca e ama. Pisca e cria filhos. Pisca e geme os reumatismos. Por fim, pisca pela última vez e morre.


- E depois que morre – perguntou o Visconde.

- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?


Monteiro Lobato 






27 de abril de 2011

Ctrl + alt + del



Guardar tralharia

jurando que tem valor sentimental

é pura inutilidade.


[Da série: Mágoa - Tô fora]

24 de abril de 2011

Em todos os sentidos.


Renovação, libertação, fertilidade... Assim é a páscoa!
Minha páscoa chega recheada de muitas coisas e (quase) tudo diferente do que já foi.
Fertilizei idéias, libertei fantasmas diversos e finalmente me auto-renovei.
Desacelerei as exigência e as urgências.
Pé no freio na dieta (comi chocolate).
Caprichei no contato com a família e comigo mesma.
Paixão a primeira vista pelo meu novo visual (moreníssima).
Encaixotei as coisas para partir rumo ao meu novo endereço.
Perfumei a cozinha com meu tempero.
Fotografei a grafia que tem o dia.
Cobri-me das coisas que me descobrem.

O simples me invadiu e sorriu!
=D

Feliz Páscoa!

22 de abril de 2011

Fértil

A imaginação é realmente essencial para viver.

Mão na massa!



Tem dias que eu adoro cozinhar.

Principalmente, se tiver alguém pra ajudar.


Hahahaha!

18 de abril de 2011

Mural

Quase coberta de palavras por dentro.
Por fora, o encurtamento do papel.
(São só bilhetes agora).
O sentimento pregado em alfinetes.
Letras respingando os espaços dos olhos.
Olhos pingando a falta de espaço para me posicionar.
Aos trancos, a escrita muda a cena.
Aqui, o ar é de casa em obras.
Hoje mesmo dei voltas incríveis pelos destroços.
Visitas adiadas, encontros (não) vividos, cafés que esfriaram.
Há coisas que precisam durar o suficiente para esgotar.
E os bilhetes têm a autonomia de se escrever quando querem.

15 de abril de 2011

Meu bem querer


E essa vontade acampada no colo (tododia, tododia). Eu consigo trocar de roupa, mas nunca de sol. Não há como enxaguar a química da pele. Meu corpo parece cão de caça a farejar o cheiro. Eu amo a palavra, mas ela também trapaceia.  Quando estou atenta, encontro quase sempre  um sim morando dentro do não. Preciso  catalogar motivos para ir embora, mas nunca preciso deles para voltar. Tenho desejo de repetir a cena, mas não porque recuso o improviso, e sim, por apreciar tudo que se repete com renovação. Sou craque em ressuscitações pelas letras. Sou crédula. Acredito por exemplo, que o querer se atirou em meus versos só pra virar meu bem.

11 de abril de 2011

Emaranhado



O amor e seus arames farpados...
Rasguei minha roupa todinha nele.

5 de abril de 2011

Sus.piro





Depois de tanto te inspirar
Pirei!

3 de abril de 2011

Último Ato.







Desatei.

Atei um fim.
 
 E parti.