30 de março de 2011
27 de março de 2011
Esculpindo o que fica.
Sacudi o pensamento durante toda noite, mas ele não desgrudava. Veio grudado até o café da manhã, inventando motivos para não partir. Manhã alternada de sol e continuações. No mais, tudo corre como o tempo. Tenho relíquias guradadas, algumas por tradição, por lembrança e outras por saudade. Olhos de recordação me fazem imaginar tanto... Palavra, aceno e suspiro. Gosto da alegria das tolices. Gosto do que é leve, da possibilidade do instante por descuido ou distração. Aprecio esse prazer de escrever. Quando a música me replica, não encontro tréplica, pois ela sabe o que diz e me transcreve. Gosto da ânsia do gostar. Do respirar ofegante, do olhar instigante, da cobiça pela boca ao beijar. No instante curto, ainda se apanha o olfato na pele e toda sua totalidade silenciosa de rumores. A lembrança sempre me deixa com pernas bambas e com pressa de me atar a vontade.
26 de março de 2011
25 de março de 2011
24 de março de 2011
21 de março de 2011
A Um Ausente
Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.
Carlos drummond de Andrade
*3 meses
20 de março de 2011
18 de março de 2011
Escape
Há que se sobreviver
ao que não mais se vê
ao que é transitório,sem mas porquê.
Há que se sobreviver
ao desejo de uma noite apenas
sem culpas,ou dilemas.
Há que se sobreviver
aos destroços do orgulho
sem amesquinhar silêncio e barulho.
Há que se sobreviver
a escassez do que não é imortal
todo fim espontâneo,é natural.
17 de março de 2011
16 de março de 2011
14 de março de 2011
Poesia tem Vórtice.
Pouso a carícia na folha - Escrevo.
Aqui, há asas nas costas
e labareda nas mãos.
É por escrito que grito:
O sonho e o delito.
Na escrita es(colhi) devaneios
sem regras, sem rodeios.
Ausências petrificadas,
movem-se nas letras.
A poesia abre a porta - Entro traquina.
Corpo de mulher, alma de menina.
As lágrimas que eu tinha?
Advinha: Fugiram com meu sorriso de covinha.
11 de março de 2011
Pegadas
Tantas pegadas...
No chão.
No cabelo.
Na rua.
No chuveiro.
Pegadas que deixam.
Pegadas que nos levam.
Longe...
Perto.
Pegadas na cintura
Do tipo que segura
Que dura...
Que tira a compostura.
Pegadas...
Não são aladas
Ou são?
Passos que vêm
Vôos que vão...
Textos...
São pegadas
Que des.amassam para seguir
Leia-me agora
venha
Não quero mais me despedir.