25 de fevereiro de 2011

Das coisas que se vão...


Eu sempre fui melhor na fantasia e na criação.  Eu sempre brinquei, de faz-de-conta que não sei.

Poema descalço

É o caminho que nos toca , ou nós que o tocamos?
E na busca de sentir mais...
...Até as calçadas ficaram descalças.

24 de fevereiro de 2011

Calmante


Engulo a loucura
 porque ela me alucina calmamente.



Clarice Lispector



23 de fevereiro de 2011

Um...dois...

Depois de contar, eu fui procurar
A verdade é que fico bem melhor em sua companhia
E assim por conta própria e auto risco, eu fui
Fui e me cavei por dentro até o osso, até tudo ficar exposto
Não me apetece a superfície, nem o óbvio
Eu me irrigo de continuações e poucas rotinas
Tem dias que fico repleta de coisas silenciosas a me beliscar a alma
Não faço idéia se tem nexo ou cadência viver assim
Vivo trafegando nessas vontades que correm sozinhas
Talvez por isso eu tropece até nas perguntas mais básicas
Desde pequena as coisas brincam de esconde-esconde comigo
Sigo contando... 205...206 ...

19 de fevereiro de 2011

Cheiro d'ocê




E se o amor voltasse pro meu nariz?
Com aquele cheiro docinho d'ocê
O que me diz?

18 de fevereiro de 2011

Meus traços


Desenha pra mim teu sorriso?
Mas eu não sei desenhar.
Então, faz só as covinhas da tua bochecha.

15 de fevereiro de 2011

Uma noite a mais...

Insônia estranha que me persegue.
Quatro e meia da manhã
fica bem em qualquer texto.
 Hoje não há sol.
 O tempo lá fora, é solidário
com o tempo aqui dentro.
 Se eu curtisse as cartas,
podia ao menos jogar paciência,
 eu penso.
 As únicas cartas que me interessam
 são as escritas,
àquelas que quase ninguém mais escreve,
 ou se escreve não envia,
inclusive eu.
 As coisas sempre parecem estar
 em outra direção.
 Escolhas feitas,
situações superadas,
 muitas perdas,
meia dúzia de conquistas
 e um imenso vazio.
 Hoje lembro,
que mudei tanto a cor do cabelo
 e nada mudou.
 Na verdade não mudou,
 porque nem eu mesma
 sabia o que queria mudar,
 o que queria transformar,
 o que precisava de outra cor.
Acendi duas velas, gosto de vê-las queimar.
 Calor incendiado de lembranças nos olhos. Penso em ler, mas não sei o que.
 Repenso o silêncio.
 Olho pra porta e penso:
se eu deixar aberta,
 a alegria pode entrar por algum lugar.

[Não custa tentar.]

14 de fevereiro de 2011

Um gole d'água, acalma?



Sabe quando a gente tenta, tenta desesperadamente e não adianta. A gente apaga o telefone (que sabe de cor), deleta o e-mail , tenta fugir dos amigos que vão tocar no assunto, mas nada resolve. Está em tudo. Mesmo que eu não procure, não há nada que cure. Não passa, não vai embora. Fica. Não apaga.  Não é apenas registro, é vivência. Não dá pra mudar, pra esquecer ou modificar. O cheiro entranhou. As brincadeiras, os telefonemas, os e-mails, meus abusos, seus sorrisos, minha paciência, suas teimosias, meus exageros, suas provocações. Eu não consigo me separar, enterrar, só escrever. Escrever pra dizer que você fica. Que não consigo me despedir da tua simetria.Você caminha por todo apartamento. A cadeira preta da sala, virou divã. Minha imaginação conhece cada pedaço teu. Eu falo contigo até dormindo, isso quando durmo. Sabe aquelas dores de cabeça? Não foram embora ainda. Também sinto enjoo. Respiro fundo. Tomo um copo d'água na esperança de engolir esse nó da garganta. Procurei em todas as minhas gavetas e não encontrei o mapa de fronteiras entre aqui e aí. Algo me diz (ouvindo as letras do Leoni), que devo procurar com calma, a outra parte do meu espírito que sumiu. Alguém o viu ?

Saiu pra comprar coca-cola e até agora...

Ternura é coisa pura.


Quando a vida se torna demasiadamente violenta,
há que ter uma bocado de ternura.

[... coisa que depois de muito tempo
a gente possa olhar e sorrir,
mesmo sem saber por quê. ...]
Caio F.

Sentido



dou meu abraço a torcer
pra fazer
nosso compasso
de amasso
te faço
...
e se te guardo
é por ciúme
desse teu perfume
que é quase
um pedaço
de lúxuria e prazer
deixando até o cego voyeur
em braille.

11 de fevereiro de 2011

"Malavilioso"

Desculpem,
não existem posts que correspondam
a doçura desse dengo.
=)

9 de fevereiro de 2011

O que vejo...




"Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário


Letras, lados, lestes


O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade nada muda


A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade no meu retrovisor


A menina debruçando favores toda suja é mãe de filhos que não conhece


Vendeu-os por açúcar


Prendas de quermesse


A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele


E nesse tráfego acelero o que posso


Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto


O farol fecha...


Outras flores e carros surgem em meu retrovisor




Retrovisor é passado


É de vez em quando do meu lado


Nunca é na frente


É o segundo mais tarde, próximo, seguinte


É o que passou e muitas vezes ninguém viu


Retrovisor nos mostra o que ficou, o que partiu


O que agora só ficou no pensamento


Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento


Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas


Mostra as ruas que escolhi, calçadas e avenidas


Deixa explícito que se vou pra frente


Coisas ficam para trás


A gente só nunca sabe que coisas são essas"






(Amém - Fenando Anitelli, TM)

Guardando as asas.

 A verdade é que ser anjo tava começando a me pesar.

Clarice Lispector

8 de fevereiro de 2011

6 de fevereiro de 2011

6 cordas

Violando o silêncio.

4 de fevereiro de 2011

E se me distraio...


Lá vem a saudade(com seu sorriso)passear em meu peito.

As entrelinhas.

3 de fevereiro de 2011

Frases perfeitas



Você sempre volta com as mesmas notícias.
Eu queria ter uma bomba, um flite paralizante qualquer.
Pra poder me livrar do prático efeito das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas, perfeitas.

Cazuza

Eu preciso...


Dengue-me!

Morando nas mãos.



O bom poema...
...à mão torna

ou dela entorna,
quando precisa sa(ir).

2 de fevereiro de 2011

Visita de médico



Visitou meu coração
e  literalmente
p/a/r/t/i/u